Créditos: Agência Brasil
A 22ª edição anual da Festa do Marmelo, realizada na comunidade do Quilombo Mesquita, próxima a Brasília, entre os dias 13 e 14 de janeiro, reafirmou a tradição e a devoção em torno desse fruto que faz parte da cultura local há mais de um século. A celebração, que se tornou parte do calendário da Cidade Ocidental, contou com a participação de gerações de famílias que se reuniram para celebrar o marmelo.
Cidade Ocidental (GO) – 22ª edição da Festa do Marmelo, no Quilombo Mesquita. Foto Wilson Dias/Agência Brasil
Gerações Celebram com Devoção e Gastronomia
Joselino Pereira Dutra, agricultor local, destaca a importância da tradição: “Essa cultura vem de antes dos meus bisavôs, passando por gerações, e é muito produtiva para tudo. Você pode comer o marmelo de diversas formas, desde doce até sopa.” A festa atrai visitantes de diferentes lugares, como Brasília, Goiânia e Luziânia, tornando-se um evento tradicional na região.
Foto: Reprodução
Centenária e Devota
A Festa do Marmelo, que teve início dentro das famílias, tornou-se um evento anual há cerca de 22 anos, com o objetivo de arrecadar recursos para a construção de uma nova igreja em devoção à Nossa Senhora da Abadia, padroeira da comunidade. As cavalgadas, shows, missa e leilão são os principais destaques do evento que celebra a cultura centenária do marmelo.
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Marmelo na Economia Local e na Alimentação Escolar
O marmelo, tão integrado à cultura local, também encontrou espaço na merenda escolar, sendo considerado um fruto rico em fibras e com baixa caloria. Há esforços para disseminar o marmelo em diferentes segmentos da cadeia produtiva alimentar, impulsionando a economia local. Sanches Paiva, secretário municipal de Indústria, Comércio, Turismo e Trabalho de Cidade Ocidental, destaca a variedade de produtos de marmelo nos cardápios locais, como milk-shakes, molhos para hambúrguer e sabores de pizza.
História do Quilombo Mesquita
Acervo de memória da Comunidade Quilombola de Mesquita, presente na região da Cidade Ocidental há mais de 270 anos. – José Cruz/Agência Brasil
O Quilombo Mesquita, originado quando três mulheres negras escravizadas herdaram terras do fazendeiro José Correia de Mesquita, mantém suas tradições e costumes desde o século 18. Reconhecido como quilombo em 2006, o território coletivo da comunidade ainda passa por processos de demarcação e titulação, enfrentando desafios diante da especulação imobiliária e da pressão do agronegócio na região.
A Festa do Marmelo não apenas celebra uma tradição gastronômica, mas também preserva a história do Quilombo Mesquita, mantendo viva a cultura e a devoção que atravessam gerações.
