Créditos ao Correio Braziliense

A um mês da 28ª Conferência do Clima (COP28), que acontecerá em Dubai, cientistas emitiram um alerta urgente sobre o estado precário da Terra, enfatizando que a força vital do planeta nunca esteve tão baixa. Dois estudos preocupantes indicam que a humanidade está retirando mais recursos do planeta do que ele pode oferecer, e as consequências podem ser devastadoras, com a possibilidade de um mundo cada vez mais carente de zonas habitáveis.

Desde 1992, uma coalizão de pesquisadores de 163 países vem monitorando os “sinais vitais” da Terra, como a concentração de gases de efeito estufa, a integridade das geleiras e a preservação de espécies, entre outros. Agora, 20 dessas medidas atingiram extremos recordes, aproximando o planeta de um estado terminal. Os cientistas advertem que, sem ações imediatas para abordar o excesso de demanda sobre o planeta, um colapso dos sistemas naturais e socioeconômicos é iminente, levando a um mundo com calor insuportável e escassez de alimentos e água doce.

Subsídios aos combustíveis fósseis, incêndios florestais e temperaturas globais acima dos níveis pré-industriais são fatores particularmente alarmantes. Os cientistas alertam que, até 2100, bilhões de pessoas podem encontrar-se fora das regiões habitáveis da Terra, enfrentando condições extremas e taxas de mortalidade elevadas.

Os objetivos estabelecidos no Acordo de Paris em 2009, limitando o aumento da temperatura a 1,5ºC até 2100, não foram cumpridos, e os cientistas consideram essa meta cada vez mais inatingível. Os impactos das mudanças climáticas, incluindo ameaças à segurança alimentar, já são visíveis, com milhões de pessoas enfrentando fome crônica.

A falta de ação rápida pode resultar na maioria da população mundial vivendo fora das zonas habitáveis, sujeita a calor letal, escassez de alimentos e alta mortalidade. Os cientistas alertam que a vida na Terra está claramente ameaçada, e mudanças urgentes são necessárias para evitar um desastre irreversível.

Em um relatório adicional, a Universidade das Nações Unidas identificou seis pontos de inflexão críticos que podem levar a um colapso planetário, enfatizando a interconexão dos sistemas terrestres e o risco de mudanças catastróficas. O documento destaca a situação precária dos aquíferos, alertando que a escassez de água doce pode colocar em risco sistemas de produção de alimentos em todo o mundo. Além disso, o aumento das temperaturas está levando a ondas de calor mortais em várias regiões, ameaçando a vida de milhões.

A crise ambiental atual exige ação imediata dos líderes internacionais e um compromisso real com a redução das emissões de carbono. Às vésperas da COP28, o mundo está diante de um ponto crítico, e a humanidade precisa tomar medidas decisivas para evitar um futuro insustentável.